Gerard Seelt cresceu na padaria biológica do pai em Amesterdão, na Holanda, onde há 20 anos já faziam pão biológico sem glúten. A produção começou com o pedido de um médico ao pai de Gerard, numa altura em que os seus pacientes celíacos não tinham onde comprar pão sem glúten.
Apesar de já ter atravessado fronteiras e ter um longo percurso, este pão é feito de ingredientes tão simples como farinhas de milho e arroz biológicas e sem glúten, margarina, sal e açúcar. A receita veio na bagagem com Gerard quando o engenheiro te Telecomunicações, de dia, e padeiro biológico por gosto, de noite, se mudou para Portugal.
O pão de milho e arroz sem glúten, uma espécie de broa, começou a ser comercializado na padaria de Gerard, com o mesmo nome da sua marca: Paul Année, em Lisboa. Era aqui que era vendido directamente ao público, mas também podia ser adquirido nas lojas biológicas para as quais o padeiro vendia pães biológicos e kosher (que obedecem à Lei Judaica).
A loja encerrou anos depois, em 2010, quando a marca Paul Année foi adquirida pela panificadora Jimbolo, que fez subir a produção e aumentou o número de pontos de venda deste pão. O pão sem glúten é fabricado numa sala dedicada onde o espaço, máquinas, formas e matérias-primas são exclusivos para a produção deste pão.
Desde a pesagem das farinhas, importadas da Holanda, até ao embalamento do pão, o padeiro Daniel Assunção, encarregado do fabrico do pão sem glúten, não manipula qualquer outra farinha. O processo demora duas horas de início ao fim e Daniel já está habituado a esperar até poder começar a segunda fase do seu trabalho a fabricar outros pães.
Neste momento, a distribuição é feita apenas na Região de Lisboa e Cascais, para garantir a frescura do produto. De acordo com o Director Comercial da Jimbolo, Paulo Vittoriano: “tudo o que possa atrasar a colocação no ponto de venda torna-se negativo e a manutenção da credibilidade na marca faz com que a opção seja a de distribuição de proximidade”.
São vendidas cerca de 130 unidades/mês, cerca de mais 40% do que no período homólogo do ano passado, em parte pelo aumento de pontos de venda e divulgação do produto. Presume-se que grande parte da produção é absorvida por doentes celíacos, intolerantes ao glúten e intolerantes ao trigo.
O interesse da comunidade celíaca neste pão resultou este ano na celebração de um protocolo entre a Jimbolo e a APC, que visa garantir análises regulares a este produto e a colocação do símbolo da APC nas embalagens, pelo teor de glúten deste produto ser inferior a 10 ppm, nas últimas análises realizadas.
A Jimbolo apostou neste produto por ser único no mercado e satisfazer a necessidade de um nicho em que havia procura, mas não havia oferta. Contudo, não se trata de um produto lucrativo, pois durante as duas horas que demora o processo de fabrico, o padeiro e os equipamentos estão indisponíveis para o fabrico de outros pães de forma a evitar possíveis contaminações.
Apesar disso, como qualquer empresa, há o desejo de diversificar o portfólio de produtos panificáveis sem glúten. Gerard já começou a testar novos pães com farinha biológica de Teff, um grão isento de glúten com elevado valor nutricional, cultivado na Etiópia e ainda desconhecido em Portugal.
Além do pão, o padeiro testou com sucesso bolachas areadas de avelã que foram muito apreciadas pelos colegas e desapareceram num ápice. Talvez este seja um dos novos produtos da gama sem glúten que a Paul Année poderá lançar nos próximos anos.
Pontos de venda
Espaço Bio – Supermercados Biológicos
http://www.facebook.com/pages/Espa%C3%A7o-Bio-Supermercados-Biol%C3%B3gicos/111032365613398
Supermercados Brio
Lojas Miosótis
Continente do CascaisShopping
http://www.continente.pt/ContinenteStoredetail.aspx?storeid=L00003
Supermercado El Corte Inglés (Lisboa)
https://www.elcorteingles.pt/supermercado/sm/login/login.jsp
Restaurante Bem-me-quer